domingo, 24 de junho de 2012

Como ser um mini-ciclista na cidade feita pra carros.

Pedalar com uma criança em São Paulo não é tarefa fácil.
Ninguém disse que seria. Né?
Hoje escolhemos o minhocão como nosso destino final.
Para isso percorremos um longo trajeto ( que não seria tão longo se conseguíssemos pequenas modificações na cidade) até chegarmos no metrô.
Primeiro obstáculo: a escadaria da praça.
Caso não fizéssemos essa opção, teríamos que pegar uma subida com calçadas estreitas e esburacadas.
Então fiz um revezamento: carregava a minha bike e depois a do meu filho.


Subimos um pouco mais até chegar numa rua bem movimentada, em que fomos pedalando. Eu pela rua, ele pela calçada. O problema é que em todos os cruzamentos ele tinha que descer da bike pra atravessar. Em nenhum tinha guia rebaixada.

Alguns motoristas são mais gentis quando percebem que há uma mãe com uma criança tentando fazer um malabarismo desses pra atravessar a cidade, então muitos pararam pra pudéssemos atravessar com segurança.

Chegando perto do metrô, uma boa surpresa:

Não sei o que significa, mas na dúvida fomos por lá...
Segundo o jornaleiro, quem colocou foi um morador de um prédio da rua. Eu já queria pintar umas bicicletinhas no chão pra ver se isso funciona como uma ciclofaixa...

No metrô eu confundi: achei que as bicicletas eram permitidas na descida das escadas rolantes e na verdade são na subida... O Gabriel bravamente desceu segurando sua bike atrás de mim, e foi tudo bem.

Quando chegamos lá embaixo ele pediu ajuda a um funcionário do metrô, que prontamente se dispôs a colaborar. Aí me contou que também era ciclista! E me explicou, como ciclista e funcionário do metrô, porque a bicicleta só é liberada nas escadas rolantes na subida: " se a escada trava e para, o risco de acidente é menor. Na descida encavala tudo".


Depois perguntou se precisaríamos de ajuda na próxima estação. Nos deu o mapinha do metrô. O Gabriel adorou!

"Na linha amarela é tranquilo", ele disse. "Tem esteira rolante."

Mas a esteira vai até um certo ponto, depois tem uma escada, e não dá pra pegar a fixa porque tem um elástico no corredor, que não te deixa passar pro outro lado. Então, fomos praticamente obrigados a descer a escada rolante de novo...



Fomos até a República pela linha amarela.

Descendo na República perdemos o metrô para a Marechal Deodoro, porque fomos pro lado errado. Custa ter uma sinalização explicando em qual lado é o vagão de bicicletas?
Uma hora e meia depois estávamos chegando no destino final.

Fazendo o revezamento. Uma bike espera a outra.

Depois de termos perdido o metrô porque erramos o lado do vagão.
O fato é que se tivessem alguns pequenos detalhes que funcionassem na nossa cidade, nós poderíamos ter economizado metade do tempo.
Rebaixamento de guia em todas as calçadas, uma boa sinalização e canaletas nas escadarias do metrô por exemplo. Detalhes que não custam caro, mas que fazem toda a diferença.














2 comentários:

  1. Olá Rachel!

    Interessante esta incursão pelo metro hein. Já tive esta oportunidade também quando saimos de um pedal ai de Sampa rumo ao litoral mas naquela época nem subir pela escada rolante podia! rsrsrs. Acredito que no médio prazo a vida dos ciclistas nos grandes centros urbanos (aqui em Campinas é assim também) deve melhorar... Bom, vamos brigando né!

    Abraços

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    1. ola Denis, não tinha visto seu comentário!
      sim, vamos brigando!
      o que me deixa triste é nao poder transitar com meu filho com total segurança de bicicleta. Eu, sozinha consigo compartilhar as vias, mas a cidade deveria ser pensada para que todos pudéssemos usá-la sem a dependência do carro.

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